sexta-feira, 11 de setembro de 2009

E parece que sobrevivi à idade do Jesus....

E parece que sobrevivi à idade do Jesus...
12/09 01:50

Cá estou, pois é.
Já com 34.
Há um ano atrás pedia que este ano me corresse bem.
A piada, a ironia e a coincidência é que foi mesmo no último dia.
Liberta de alguma amarra, sem nenhum nome ao meu lado.
Finalmente.
Mas custou.
Mas também é certo e tou habituada a que as coisas sejam assim comigo... o que custa mais, sabe melhor.
Tou tão tranquila. É estranho, é novo.
Agora, em primeirissímo lugar, obrigada aos meus Pais.
Obrigada pelos apelos ouvidos, pela ajuda que só eu sinto. Por continuarem a ser a coisa mais linda deste mundo (deste e desse).
Obrigada ao mano, claro, porque é a minha força. Diária.
Obrigada à Raquel, porque além de fazer o meu irmão e sobrinhos felizes, me ajudou, quando estava no escuro.
Obrigada aos meus amigos. Muito. Sónia, Sílvia, Sandra, Zélia, Zé Alex, David, Ângela, Gera, Miguel, Beta, Carla, Carlos, Rui Leitão...
A ti, Sónia, que os demais não me levem a mal, um obrigado da alma. Do coração. De toda eu. És a minha mulher das pilhas, da bateria, das velas.
A tranquilidade que me absorve é tão intensa que a estranho, juro.
Amanhã vou receber o vosso miminho, Pais.Mais uma vez, é tão triste vocês não estarem cá amanhã.
Para o mimo ser à séria. E sentir-vos e abraçar-vos e ter esse calor só vosso, essas mãos, a vossa voz.
Mas é o segundo ano e ainda não me habituei.
Mas faremos um brinde, todos. amanhã.Ao meu novo ano. 34.
Os 33 foram dificies, custosos, doridos, magoados, com tanta berlaitada...
Mas berlaitada hoje, amigos amanhã. São tão bons, Pais, os meus amigos. São a minha força, para além do Rui e dos putos.
O Zézinho, então....... meu Deus... Olha, que Este e vocês todos o guardem e ajudem, porque ele só merece as coisas boas da vida, sinceramente.
Gajo como aquele, não há.
A solidão dói, Dói mesmo e não tenho remédio para isso.
Mas vou tentar, sempre que puder, ser feliz, nestes 34.
Prometo.
Não deixem é de estar ao meu lado, de me deixarem sentir-vos.
Fazem-me tanta falta.Ajudem-me a sentir-me feliz e orgulhosa, por mim e por vocês.
Parabéns a mim.
E aos Pais mais lindos do mundo inteiro. Obrigada por me terem ajudado nesta guerra, que finalmente hoje ganhei.
E obrigada por serem meus Pais e por me terem feito.
Por terem feito a mulher que sou. Só me falta um cadinho de força, para voltar à mesma João. (à mesma não voltarei, sem vocês cá) Mas à João que sou.
Ajudem-me nisso, também.Um beijinho aos meus Avós todos, especialmente ao Avô Abreu.
Ao Sr. Mário À D. Maria. A tantos....
A vocês, meus queridos Pais, Parabéns, já são 34...! E que filha!
Pena não estarem cá em baixo, mas vida é assim mesmo. Vocês estão bem. Isso é que interessa.Obrigada por tudo.
A todos, vivos e mortos.
E a João nasceu de novo, aos 34 anos.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Um dia... antes do outro...

Aiiiiiii....

O turbilhão que vai pr'aqui vai, nem imaginam.
Mas apenas aqui venho falar com Vocês, meus Pais.
Peço que estejam perto de mim, juntinho a mim e que vos consiga sentir.
Estão a ser uns dias difíceis, mas a malta aguenta-se, melhor ou pior, não é Pai?
Depois de amanha já me faz ter um nó no estomago que sei lá.....
Vai, se Deus e Vocês quiserem, vai correr bem.
E a minha vida há-de ser o que eu quiser, como diz uma canção.
O 12, o sábado, é que é pior.
Vocês não estão cá. Outra vez.
E a cada ano, a vossa ausência vai ser certa.Fazem-me tanta falta, nesta altura.
Caraças.
Bolas, que estupidez... Se o ano passado não vieram, este ano já devia estar mais habituada.
MAS NÃO ESTOU.
Mas sou tinóni, dahhhh.... E tou numa altura difícil (não, não é a TPM).
É muita coisa junta. Por isso me fazem mais falta.
Preciso da vossa força, do vosso ânimo, da vossa coragem. Porra, vou finalmente dar um rumo à minha vida, seja ele qual for, mas meu, apenas e só.
E lutei tanto por isto que nem acredito que se vai concretizar.
Só depois de amanhã à tarde é que sei...E depois vocês não estão cá.
Para me abraçar. Para dizerem "filha", "Jokinhas", enfim, essas coisas. Não vou ter as vossas mãos, os vossos abraços, os vossos sorrisos, a vossa alegria, o vosso mimo.
Que me faz tanta falta. Se faz, caramba. Caramba.
Mas vai ter que ser assim para sempre, né? Diz que sim. Desculpem - dassssssssssse!
A solidão é fodida (desculpem outra vez, mas é isso mesmo).
Mas é este o meu trilho, não é? Assim alguém quis. Com certeza. Trilharei. Mas não sei se serei capaz. Mas prometo que continuarei a tentar. A lutar.
Agora só quero mesmo sentir-vos. Sentir os meus anjinhos.
Todos. O Avô Abreu, a Avó Aidita, sem desprimor dos outros.Fiquem perto de mim.
Agarrem-me, empurrem-me, levem-me.
Pai e Mãe. Que saudades. A falta que me fazem. A falta que me fazem para me sentir alguém de jeito.
Alguém apenas.
Fiquem pertinho.
Falo com vocês antes dos 34 ou logo a seguir.
Mas fiquem perto, deixem-me sentir-vos. Preciso mesmo disso.
Um pedido da vossa filha, coisa mai linda, FILHA.
Que saudades, meu Deus.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

E esta é a última entrada sem ser aqui... mas triste, claro....

Mais um dia daqueles
01/09 21:05

Um dia daqueles que não sabe nada bem. Que me fazem pensar todo o dia, durante o trabalho, que só quero que chegue a hora de chegar a casa. E depois chego a casa e tá tudo na mesma. Estou na mesma. Sinto o mesmo. Ou melhor, não sinto nada. Isso é que é o pior. É não sentir nada. É chegar a casa e pensar como de manhã, quando me levanto, para quê isto tudo? Porquê? Para quê? Para onde? Estou quase a atingir uma meta que me fez crer e viver até aqui. Tenho o mesmo trabalho que me recompensa - recompensava. Tenho as mesmas coisas. E porquê este sentido sem sentido? Porquê perguntar o que faço aqui? Porquê perguntar porquê? No trabalho, sou eficiente, sim. Mas apenas. Passam por mim e não me veêm. Em casa... um gato espera que lhe dê de comer. E que mais? Daí perguntar porquê e para quê. É uma pergunta justa. Já que não encontro em lado nenhum a resposta. E também ninguém me sabe responder. Gostava de sair de mim e ver-me do alto. E ver que tenho um trabalho, uma casa, um gato. E que mais tenho? Que vontades, desejos, ambições? Népia. Daí perguntar porquê e para quê. E depois até ía mostrando, para os demais, força e assim, mas agora tá mesmo difícil. Já nem isso consigo. Sou uma fraquinha. E já nem consigo disfarçar. Caraças, tá a chegar o dia que mais anseio desde outubro, com um esforço tão grande, mas consegui. E tou feliz por isso. E feliz porque te tenho a ti e a ti e a ti e a ti. Isto devia fazer-me ter vontade para o agora, para o amanhã, mas não faz. Sinto-me em sistema automático, em cruise control. Acordo porque tenho que acordar. Vou porque tenho que ir. Estou lá, porque convém estar. Volto, porque sim. E estou. Porquê? Porque sim? Que sim? Porquê? Isto não tá a fazer nenhum sentido, a minha vida. Ainda por cima quando tenho coisas boas à espera, e a curto prazo, e vou finalmente dar o tal grito, numa delas. Noutra nem por isso porque vou ficar mais velha. Mas vou ter quem gosta de mim ao meu lado. E por cima, também. Feliz e infelizmente, por mais estúpido que isto seja. Isto costuma carregar mais rápido, mas desta vez, acho que o carregador não tá bom. Não tá fácil. Mandem-me uma laterna. Um candeeiro a petróleo, uma luzinha, que isto não tá fácil.

O mano..... os 41....

Amanhã é segunda...
30/08 20:03

E ontem o mano fez anos e não vos vim cá escrever. Mas compreendam, e desculpem.O meu mano é o maior. Afinal não tive um Pai, tive dois. Obrigada, Rui. E desculpa.Nunca saias de perto de mim. Nunca mais.Vocês que estão do alto, devem estar mais felizes que nunca.Obrigada por tudo o que têm feito, ajudado, iluminado.Continuo a sentir tanto a vossa falta.... É incrível.E duas datas de aproximam, e vou precisar de ser forte e de vos sentir pertinho de mim.Fiquem, por favor.Amo-vos tanto a todos, e tenho tantas saudades, de vocês que já não vos vejo.Continuem a torcer por mim, que sou capaz de chegar lá. E ser o vosso orgulho. O meu orgulho.Obrigada por me ajudarem neste caminho.

Farias, fizeste anos, Mami

E mais um ano que não te dou os parabéns ao vivo
23/07 00:22

Mas canto para ti.Falta um minuto. Para te ligar, como sempre.Mais um ano, Mami.Parabéns, Mamã. Um beijo daqueles. Um abraço daqueles. Um amor daqueles.Não queria chorar porque é o teu dia, mas custa, tu entendes. A Marlene manda muitos, muitos, beijos. E uma das florinhas que amanhã/hoje te vou dar, é dela. Só dela. Ela gosta muito de ti, tu sabes.A Sílvia também te manda um beijinho. E eu também. Mas de onde tu estás, tudo vês, tudo sentes. E sabes que estas lágrimas são apenas porque não te posso ligar agora, não te posso ir dar um beijo e uma prenda, como sempre. Nem ligar ao Rui, para o lembrar do teu aniversário - ele agora já sabe.E onde tu estás, estás bem. Que eu sei. Com o meu Pai e o Vovô e os outros todos mais que tudo para ti. Tás juntinha à tua Mãe, o que para ti deve ser tão bom. Como eu te ter aqui agora ou como te tive tanto.Feliz aniversário, Mãe.Mãe mais linda do mundo inteiro. A coisa mais linda que eu tinha. Tenho, mas já não te consigo tocar.Sente o meu amor, a minha saudade, a minha dor e ao mesmo tempo o meu suspiro de alívio. Só tu e poucos mais perceberão porquê. Mas, no fundo, dava tudo para te ter aqui agora. Mas foi melhor assim. Ainda por cima porque estão todos aí em paz.Todas as minhas estrelinhas. Há um ano, pintava o hall... continua lindo.E hoje aqui estou, com o mesmo peso no coração, o mesmo ardor, a mesma chama, a mesma faca.Mas tou bem, Mamã. Com muita falta de ti, mas a tentar estar bem.Um beijinho.Muitos.Não sei como ando cá sem vocês, mas afinal ando.Porque vocês estão aí, a guiar e a ajudar-nos.Que o façam sempre. Como sempre vos amarei.Sou muito orgulhosa de ser tua filha, Mãe. Mesmo.Espero que seja igual para ti. Será, com certeza.23 de Julho. Tinha de chegar. E para o ano há mais e mais e mais e mais.Parabéns, minha Mãe. Um dia muito, muito feliz.Levo-te a prenda logo.Agora, acendo um cigarro e bebo uma jola - para ti.Amo-te muito, Mãe.Deixo-te uma música (em inglês, mas deve haver aí quem traduza.... tipo Wtuthan Histen... :) "Nos braços de um anjo"In the arms of an angel"Spend all your time waiting for that second chance For the break that will make it okThere's always some reason to feel “not good enough‿ And it's hard at the end of the day I need some distraction, oh beautiful release Memories seep from my veins They may be empty and weightless, and maybe I'll find some peace tonight In the arms of an Angel, fly away from here From this dark, cold hotel room, and the endlessness that you fear You are pulled from the wreckage of your silent reverie You're in the arms of an Angel; may you find some comfort here So tired of the straight line, and everywhere you turn There's vultures and thieves at your back The storm keeps on twisting, you keep on building the lies That you make up for all that you lack It don't make no difference, escaping one last time It's easier to believe In this sweet madness, oh this glorious sadness That brings me to my knees In the arms of an Angel, far away from here From this dark, cold hotel room, and the endlessness that you fear You are pulled from the wreckage of your silent reverie In the arms of an Angel; may you find some comfort here"E Parabéns.E obrigada por seres minha Mãe.

VÔÔÔÔÔ!!!!

Avô Artur, o derradeiro adeus10/07 23:51


Hoje és mesmo só mais uma lembrança.Depois desta manhã, és mesmo só uma lembrança. Carinhosa, meiga, doce, preocupada comigo.Obrigada pela coragem que me deste (ou que me deram ou já cá tava) por ter ido hoje ao teu final, cá na terra.Tenho saudades de te fazer festinhas. De te dar mimimhos.Mas já vai longe.Mas não esqueço.Sempre gostei tanto de ti e agora também. Tenho um pedacinho - à séria - de ti comigo, para sempre.E tu próprio, para sempre, também.Um beijinho, Vô!

Um ano e meses, Mãe... sem ti.

Tempo26/05 00:43


"O tempo pergunta ao tempo quanto tempo o tempo tem. O tempo responde ao tempo, que o tempo tem tanto tempo, quanto o tempo o tempo tem."O tempo. Ele passa. Corre. Pula. Foge. Passa por mim sem sequer parecer uma brisa. Sem sequer parecer passar. Restam os cabelos ao vento, as árvores que balançam, as folhas que dançam, as ondas que gritam.E o tempo passa, sem eu dar conta.Sem me aperceber do que passa por mim.Da vida que passou por mim neste tempo todo.Tão pouco e demasiado.Com tantas e tão poucas coisas. Tão boas e tão más.Uma vida. A continuação e um princípio de uma vida.Tão efémero. Tão insípido. Tão nada. E ao mesmo tempo, tão tudo.É difícil perceber que passou tanto tempo.
É estúpido perceber que passou este tempo todo. Ou só este tempo pequenino.
Grande ou pequeno, continua a doer.
A queimar, a arder. a não fazer sentido.
E com um sentido tão óbvio e estranho. Tão certo e incoerente.
Continua-se. Pelo trilho. Pela estrada, pela terra, pelas pedras.
Com sorrisos, com lágrimas.
A alegria amedronta e arrepia.Assusta. Muito. Os mimos que me faltam.Os mimos que me chegam.Novos, velhos.Assustam, sobretudo os novos.Mas a vida é assim mesmo. Uma aventura. de olhos fechados. Quem sabe, não corre melhor.As incertezas, as tristezas, que já tanto estou habituada. Haverá um dia que serei feliz. Por toda eu.Porque sei que mereço, apesar de não ser nenhuma santa ou mártir.Apenas porque sou boa gente.E porque vos tenho do meu lado.Aliás, por cima de mim.E a torcer por mim.Apesar de tudo.Tudo acontece por alguma razão, eu sei.E cada vez mais tenho a certeza disso.Daí espere que tudo corra bem.Daí espere que resulte.Que, além de tudo, consiga alcançar aquilo que vocês sabem que quero.E a partir daí, ser feliz. Por inteiro.Fazes-me falta, Mãe.Muita. Muita, muita, muita.Um ano e meio. O tempo é lixado. Para não dizer asneiras.As saudades também.A minha vida nunca será a mesma sem ti - que frase óbvia.Mas é verdade. Sem ti, isto, é estranho e difícil.Nunca te esqueças de mim. Nem do nosso amor.Nem da nossa alegria. Nem dos nossos abraços e sorrisos. Nem sequer das lágrimas.Não te esqueças nunca de mim, Mãe.Não te esqueço, por um minuto que seja.Nem deste dia, há um ano e meio atrás. Da dor. De ti.Sempre, Mãe.Para ti"Amor, amor, amor, amor, amor presenteEm cada espiga desfolhada"Um beijinho ao Pai. Grande. Com saudades, muitas.E continuem a torcer por mim.Pela filha que tem os melhores Pais do mundo inteiro.

Só porque, naquele dia....

Saudades07/05 03:39

Tenho.Muitas. Era só para dizer isso.Que tenho saudades das uvas descascadas, e sem graínhas. Dos sacos que trazia sempre do 23A.Do orgulho e da alegria.Do sofrimento e do desespero.Dos mimos.Das angustias.Das festas.Das aflicões.Dos abraços.De vocês.De tudo.De bom e de mau. Tudo.Fazem-me falta. Ainda. E vai durar.Um ano e quase e meio mas continua a parece que foi ontem.Saudades. Muitas. Tantas. Nem queiram saber. Queima cá dentro. Choro de vontade, porque vocês já cá não estão.Passei o fds/mini-férias a pensar que tinha que vos ligar. Para dizer que tinha chegado bem, que tava vento, que tava sol, enfim....Ainda não tou curada, pelos vistos. Porque estava sempre a pensar em vocês. As coisas mudam tanto sem aviso.E não é fácil. Mas já devia ser. Quase um ano e meio... E eu na mesma. Sou eu que sou dificil. Deve ser.Tenho saudades. Muitas. Mesmo.E ainda não me conformo. Mas tenho que conformar, eu sei. Mas custa, pá. Custa bués, pa caraças.Que a parte da minha vida, aquela que fazia sentido e valia a pena, ter saído de repente, sem eu estar à espera (estupidamente, pela Mamã), é uma cena muita complicada de explicar. A dor é muita complicada.E as saudades. Essas são 'normais'. Mas são tão fortes. Sinto-as na pele. Dia a dia. Por mais que não queira. Mas sinto.Não é justo.Eu tinha os melhores Pais do mundo inteiro. Não é justo.Mas eu sei que foi o melhor caminho. Para acabar o sofrimento. Ou para o não deixar ficar. Eu sei.Mas NÃO É JUSTO, CARAÇAS. Não mesmo.Porque não tenho o direito a ter-vos???? Os vossos mimos, a vossa atenção, o vosso carinho???? Porquê???? Não sou nenhuma super-mulher nem tenho poderes especiais. Sou apenas uma filha. Orfã. Sozinha. Carente. Sem vocês. Sem ninguém a quem 'estrabuchar' quando estou chateada e irritada, Sem vocês para me ouvirem quando estou alegre e orgulhosa de mim. E sem vocês para se sentirem orgulhosos de mim. Sem nada. Agora limto-me a fazer a festa sozinha, com tanta vontade que cá estivessem.Fazem-me tanta falta. Tanta. É inacreditável. Pareço uma demente, não é? Temos pena, pareço, mas não sou. Tenho é saudades vossas e muita falta dos vossos corpos vivos.Vocês terem desaparecido da minha vida, assim tão de repente, apesar de tudo, é injusto. Ainda não está 'enterrado', apesar de vocês estarem. Debaixo da terra. Tudo terminado. Não me conformo. Não é justo. Eu não merecia. Aqueles que mais me amavam na vida, sem qualquer duvida. Aqueles por quem eu dava a vida. Foram. Já cá não estão. NÃO É JUSTO.NÃO É JUSTO.E eu terei que continuar, não é?É?Terei?Porquê?Neste momento, não me apetece nada. A sério. Mesmo nada.Tanta injustiça para comigo. Seria justo eu também ser injusta. Pois não sei. Hoje tá dificil.Tomara que amanhã esteja melhor.Só tenho uma certeza. Tenho saudades vossas. Tantas, tantas. Amanhã também terei, mas será um novo dia. Pelo menos diz que sim.A ver vamos.Amo-vos.Dói.Custa muito estar cá sem vocês.A vossa filha, a filha do melhor que há. Como sempre. Hoje mais assim. Mais perto de vocês.Tenho saudades. Muitas.

A Páscoa.... deste ano...

A segunda Páscoa
11/04 04:23

Já é sábado de Aleluia.
O segundo. Sem vocês.
E amanhã, ou melhor, daqui a umas horas, o folar.
Dói-me o peito, não só pela época e pelas saudades, também pela ansiedade e nervos que nos últimos dias alguém demente faz com que o dia-a-dia fosse mais confuso, nervoso, inquieto, agitado, perturbado.
O meu e o do Rui, o que agrava a minha ansiedade e tudo mais.
Mas a vida continua, minuto a minuto.
E amanhã há folar.
O segundo, Mãe. Que vai ser feito com muito amor e muito ardor. Com muito custo, com muita dor.
O do ano passdo custou para caraças. Vocês sabem. Eu parecia uma barata tonta. Mas fi-lo e correu tão bem.
Só espero ter a força que tive há um ano, para fazer este.
E espero que estejam perto de mim, preciso de vos sentir amanhã.
No ano passado, ainda cá estava o Zé, que lá da forma dele, me ajudou (sem ajudar, mas ajudando, apesar de tudo...). Mas não estava tão sozinha como hoje.
Por isso amanhã vai ser difícil.
Sei que podia pedir ao Rui e à Raquel para cá virem, até à Sílvia, mas não, quero fazê-lo tal como estou, sozinha. Eu, a massa e vocês.
E espero que se orgulhem de mim como na última Páscoa. Espero mesmo. Se correr mal, vão voar coisas cá em casa, Vou partir qualquer coisa... Não tou numa fase muito calma e já de mim.... vocês sabem.... saio ao Pai, parte-se qualquer coisa, ou algo do género.
Mas espero que me saia bem, até porque vos quero levar uma fatia, como no ano passado.
E se corrrer bem, passo na prova. Na minha prova, não na vossa, porque não estão aí para me criticar, apenas para me ajudar e olhar do alto.
Mas preciso do vosso orgulho. Não tenho o de mais ninguém. Mais que não seja do folar, preciso que se orgulhem de mim.
Já não sinto isso há tanto tempo.
E pronto, lá está, sinto-me pequenina, sem jeito, sem nada. Naquele deserto. Naquele pó de que faço parte.
Portanto, é bom que amanhã venham cá a casa. Para me darem uma mãozinha e também para verem as fotografias fantásticas do Rui que pus na parede da sala (ele nem sabe ainda).
Um ano e tal e tá tudo na mesma. Quase um ano e também não concretizei aquilo que queria, tá tudo quase na mesma. Um ano e pouco e o Rui ainda não tem a paz que merece, nem os vossos netos.
Obrigada, Raquel. Muito obrigada, mesmo. Já gostava tanto de ti. Agora é diferente, porque se lhe fizeres mal, este amor torna-se ódio. Mas sei que não lhe vais fazer mal, por isso te agradeço. Ver o meu irmão - o meu mais que tudo e único mais que tudo, feliz, por tua causa, chega-me para te amar e para acreditar que não vai mudar.
E obrigada pelos meus sobrinhos. Ama-los e isso sabe bem. A mim, a eles e naturalmente, ao Rui.
Ena pá.... só aqui vinha falar da Páscoa.
E ao terceiro dia, ressuscitou.
Mas vocês não. E a minha vida também ainda não.
Mas há-de correr tudo bem.
Somos os bons da fita. Merecemos um filme com um final feliz.
Como dizia ontem ao Rui, a maldade não mora connosco. Não existe cá dentro. E os bons prevalecem. E os valores. E os princípios. E a moral. E a ética. E o carácter. E a personalidade. E o sangue que nos corre nas veias. Somos dos bons.
Assim seja.
E amanhã há folar. Com vocês.
Acompanhem-me. Estejam perto. Deixem-me sentir-vos.
E por favor, deixem-me sentir-vos orgulhosos de mim.
É de orgulho que tou a precisar.
Do vosso, sobretudo. E de todos, em geral.
Páscoa Feliz, meus Pais.

É mesmo o que dá a nostalgia, ter-vos ao meu lado no sofá...

É o que dá a nostalgia....11/03 23:48

... e ver festivais da canção de outros tempos.Dá saudades. Vossas. Muitas. Sobretudo depois do sonho/pesadelo que tive esta noite... E não entendo o porquê...Mas cá vai."Às vezes é no meio do silêncioQue descubro o amor em teu olharÉ uma pedraOu um gritoQue nasce em qualquer lugarÀs vezes é no meio de tanta genteQue descubro afinal aquilo que souSou um gritoOu sou uma pedraDe um lugar onde não estouÀs vezes sou tambémO tempo que tarda em passarE aquilo em que ninguém quer acreditarÀs vezes sou tambémUm sim alegreOu um triste nãoE troco a minha vida por um dia de ilusãoE troco a minha vida por um dia de ilusãoÀs vezes é no meio do silêncioQue descubro as palavras por dizerÉ uma pedraOu um gritoDe um amor por acontecerÀs vezes é no meio de tanta genteQue descubro afinal p'ra onde vouE esta pedraE este gritoSão a história d'aquilo que sou "Tenho saudades e falta vossa. Ainda. Não passa. E esta noite foi tão estranha. Porque tivemos que repetir tudo, Mãe. Diz-me porquê. Achas que me falta sofrer a tua morte? A tua ida?Não me faças sentir culpada, Mamã. Eu sei que não és Mãe para isso, mas porquê este sonho?Para me relembrar? Eu sei o que sofri, tu sabes o que sofri, todos nós sofremos, Mãe.Queria tanto ouvir-te, Mãe. Queria tanto ter a tua mão na minha, o teu abraço, o teu carinho.Sabe Deus como me aguento nesta solidão.Quero-vos sentir perto. Não me abandonem. Preciso dos vossos mimos, mas sei que nunca mais os vou ter. Apenas a lembrança. E saber que estão aqui, ao pé de mim.Esta João nãó tá a conseguir ser a João. A vossa. A João vossa filha. Tá-me a faltar a força. O ânimo, a valentia, a motivação.Não me deixem ter estes sonhos.Já sinto tanto a vossa falta, não me façam reviver aqueles momentos. Que foram tão duros, únicos. Não os quero reviver, já basta os ter vivido.Se calhar não foram vocês, foi algo que me fez voltar a vivê-los. Se calhar eu, sei lá, mas não sei porquê, porque não sou masoquista.Vocês fazem tanta falta. À minha vida, ao meu dia-a-dia, ao meu futuro.Deu no outro dia, na RTP N, um programa com todas as musicas vencedoras dos festivais. Gravei, claro.Estive a ver, há pouco.Aliás, estivemos a ver. E foi nostálgico. E bom.Eu sei que tenho que continuar. A vida agora é um caminho só meu. Apenas meu. Sozinha. Sem vocês. Mas ajudem-me aí de cima, por favor. Preciso da vocês. Não me façam sentir mais só daquilo que sinto e estou. Pedido de filha.A letra atrás, da Maria Guinot. É gira. Faz-me lembar eu própria.Não me larguem. Não vos quero largar. Vocês são tudo para mim. São tudo o que eu tenho de amor. De carinho, de orgulho.Por favor, estejam bem. Isso mais que tudo.E Pai, tá quase a chegar o teu dia, o 2º sem ti aqui. E dói. Dói bué. Mas lá estarei. Não firme e hirta. Não sem chorar, não vou conseguir.Mas lá estarei.Sinto-vos longe às vezes e aí sinto-me tão só. Tão nada. Por favor, estejam comigo. Ao pé de mim. Preciso de vos ter perto. Se não, não sou nada.

Um dia difícil.... é assim a vidinha....

Apetecia-me um miminho.17/02 02:49

Um miminho. Um abracinho. Uma festinha.Porque hoje foi daqueles dias de dor, de choro, mas que me fazem lembrar - e ainda bem - que sou uma comum mortal.Sinto-me tão só. Só apenas e só. Sem nada. Sem ninguém.Vocês fizeram de mim um princesinha, uma bonequinha, mesmo quando tinha de ser Mãe ou Pai ou bruxa má. Tenho tantas saudades do vosso carinho. Sou uma mimada, eu sei. Mas ainda bem. sabia tão bem. E sabe. Ainda hoje quando me sinto assim, a vossa filha mimada e mimalha, sente a falta da vossa mão, do vosso abraço, da vossa palavra.Tou tão farta de chorar que amanhã me vai doer tanto a cabeça. Mas antes a cabeça do que a alma. Como hoje.Fez-me falta a tua rosa, Pai, mesmo.E o tempo passa, mas não passa nada mais do que isso.Isto hoje parece um deserto. E nem sei de mim, neste nada de pó, neste nada de nada. No trabalho, sou fantástica, gostam de mim por mim e pelo meu empenho. Mas não chega.Os meus amigos que leiam isto que me desculpem, mas às vezes o vosso amor, a vossa amizade, o vosso alento, a vossa força e a vossa confiança não chegam. Hoje não chegaram.Hoje faltou-me a luz. E a vossa Jocas, a vossa João, tá sumida, trémula e rala. No tal deserto sem saber dela e sem saber de nada. Para onde ir, porquê ir, mesmo que haja um caminho.Tou carente daquilo que sei que não posso ter. O que é muito complicado.Sinto-me mesmo muito só. Num caminho que nem sei se existe. E nem sei se irá dar a algum lugar.Vocês eram a minha vida. Os bons (e que bons!) e os maus momentos, eram a minha vida. E continua a não ser justo acabarem com a minha vida, assim de repente. Mas foi assim que decidiram. Eu acato e respeito. Mas dias como hoje, não sei se suportarei muitos.Esta falta de mimos, esta falta de ser tudo para alguém, não me deixa seguir. Neste presente, que não é nenhuma dádiva, é um dia atrás do outro. Sem saber para quê e porquê.Preciso de vos ir ver, sentar-me naquela terra estranha e falar com vocês.Que a velinha esteja acesa amanhã.A falta que me fazem. Só não vou para aí porque não me perdoariam. E se calhar eu também não.Pelo menos, creio que estão bem, aí, do alto.A vossa, sempre, tudo, João, num dia difícil.

O dia dos Namorados.... ai Pai que saudades da tua ternura.....

O Valentim...15/02 00:45

Ainda é dia.E fez-me falta, pela segunda vez, a tua rosa, Pai.E tive mais saudades esta semana, não sei porquê. Saudades vossas.Tenho-as sempre, mas 5ª, 6ª e hoje apertaram.Apesar do tempo ir correndo, a vossa falta em mim, a cada dia, não desaparece nem sequer melhora...Mas porque estão bem, vou cá andando. Com a cabeça entre os ombros.À espera de melhores dias. Que sei que hão-de chegar.Amo-vos. Muito. Um feliz dia dos namorados para os meus mais queridos e lindos amores, vocês, meus Pais.

Não se esqueçam....

Isto são tudo memórias passadas, mas vividas.
Desculpem, a quem as leia.
Hei-de continur, ainda falta muito para chegar ao dia de hoje.
Mas também ninguém vai ler isto... portanto... escrevo o que mais bem me apetecer.
Até.

O fim de um ano... estranho.... 2008

O fim de 200831/12/2008 02:55

Este ano foi muito especial. Pelo mau. E também pelo bom.Isto hoje vai ser um tipo de resenha... Mas não se preocupem que não demoro...!Foi o primeiro ano sem os meus Pais. Foi o primeiro ano com um irmão e sobrinhos.Foi o primeiro ano sem ninguém por companheiro. Foi o primeiro ano de solidão.Foi o primeiro ano com um grupo de amigos que me fizeram levantar todos os dias.Foi o primeiro. O início. Acho eu.Acho que agora é que vou apanhar os papéis do chão. Agora é que vou sentir na pele. Mas não me preocupa. Se já cheguei aqui, chego longe. Mas sempre com a vossa ajuda, claro.Aos meus amigos, novos e velhos, só consigo dizer obrigado. Sem vocês, não estaria aqui a escrever isto.Ao meu chefe, que confia e gosta de mim, para além do meu trabalho.Ao meu irmão, que sem ele, isto era mesmo impossível. Mesmo. Eles foram para tu ficares, mano. E graças a Deus ou à Mãe ou ao Pai, tenho um irmão. Do melhor que há. Nunca mais te afastes de mim. Nem os meus sobrinhos. Vocês são o meu orgulho, juro.
Também não tenho mais nada e julgo não vir a ter nunca mais, que me dê tanto orgulho. Tu, Rui e os teus filhos. Apenas e só. São o que me resta.Depois temos os amigos. Não falarei em ninguém em particular por respeito a quem me possa esquecer. Todos vocês, que me ajudaram dia-a-dia, todos os dias. À Raquel. Por continuar a ser a Raquel e por te fazer feliz.À avó Raquel, ou Tia Raquel Palmira dos Pastéis, e ao avô Zé. Por continuarem meus amigos.E até ao Zé. Que apesar de tudo, sei que não me quer mal. Foi assim que teve de ser, ninguém teve culpa.E a vocês, que me veêm do alto.Ui, vocês.Obrigada por me terem feito sentir-vos perto de mim. Obrigada por estarem bem. Obrigada pelo Rui. Pela Raquel. Pelo Marcelo e pelo Martim.Foi um ano estranho, muito estranho. Ainda não sei bem a quantas ando. Mas sei que estão aí. Mas sei que estão melhor do que quando ainda aqui estavam. Mas era bom ter-vos agora. Para verem finalmente a felicidade nos olhos do Rui e dos vossos netos. E para verem que o amor é lindo e faz milagres. E para me darem um abracinho. Para eu ter uma razão para aqui estar.2008... 2007... É tudo ainda tão confuso. Mas hei-de conseguir acabar o puzzle, faltam só umas peças. Que, com a vossa ajuda, encontrarei.Com a vossa, com a ajuda dos meus avós, Aida e Artur, Aiai e Abreu (que tanta vontade tenho de conhecer, mas agora já por outros caminhos...). Sei que estão todos a torcer por mim. Torçam. Torçam com força.Para que 2009 seja um bom ano para mim. Não peço nada mais que uma oportunidade. Não peço amor, não peço nada de especial. Peço apenas que consiga aquilo que preciso. E como sempre, em cada passagem de ano, pedia que os meus Pais tivessem saúde e que o eu irmão fosse feliz.Este ano e à séria - o ano passado não valeu - quero que estejam em paz e felizes (e acredito que sim) e que o meu irmão seja tão, tão feliz... Como está agora. Com a Raquel e os vossos netos.Pai, tu ainda conheceste a miúda que faz o teu filho finalmente feliz, e sei que gostas muito dela, mas tu Mãe, tenho a certeza que tens pena de não a ter conhecido cá em baixo. Ela é o máximo, não é?Peço portanto um 2009 com saúde e alegrias. Para o Rui, para a Raquel, para o Marcelo, Martim e Miguel. E uma Margarida vinha tão bem, não era? Daquele amor, vinha com certeza.Para todos aqueles que me querem bem. Que gostam de mim, de perto ou de longe.Foi um ano rápido e lento. Difícil. Estranho. Novo. Um fim. Um início.Obrigada a todos os meus amigos.Obrigada a si, Chefe.Obrigada a ti, mano.Obrigada a vocês, meus Pais.Um ano novo de alegria, sucessos, concretizações. Que assim seja.Que me deixem ser feliz e que vocês me ajudem.Que o vosso amor nunca me falte. Feliz 2009. Um ano em grande - que vai ser!(Afinal demorei...)

Claro, o Natal....

Agora sim, é Natal!24/12/2008 13:37

Pronto.Finalmente. Tá tudo arrumadinho. E vou celebrar o Natal. Com alegria. Com saudades. Que estejam felizes por mim, que continuem a brilhar para mim. Hoje e sempre.E claro, como não podia deixar de ser, lá vou eu para as rabanadas! E tudo, Mãe. À séria! Por mim e por vocês. Sigo-vos. Sempre.Feliz Natal, meus queridos Pais. Feliz Natal.E obrigada. A vocês e a todos os cá de baixo que me ajudam todos os dias.E a esses, meus grandes amigos, claro que desejo também um Natal muito feliz.Amo-vos. Muito.A todos.

São as saudades .... e um ano.... sem ti...

Ainda para ti, Pai. De mim.23/12/2008 03:23

"Minha laranja amarga e docemeu poemaFeito de gomos de saudademinha penapesada e levesecreta e puraminha passagem para o brevebreve instante da loucuraMinha ousadia, meu galope, minha rédia,meu potro doido, minha chamaminha réstia de luz intensade voz abertaMinha denúncia do que pensado que sente a gente certaEm ti respiroem ti eu provopor ti consigo esta força que renovoEm ti persigoem ti percorroCavalo à solta pela margem do teu corpoMinha alegria, minha amarguraminha coragem de correr contra a ternuraMinha laranja amarga e doceminha espadameu poema feito de dois gumesTudo ou nadaPor ti renego, por ti aceitoEste corcel que não sossego, à desfilada no meu peitoPor isso digocanção castigoAmêndoa, cravo, corpo, almaAmante, amigoPor isso cantopor isso digoAlpendre, casa, cama, arca do meu trigoMinha alegriaminha amarguraMinha coragem de correr contra a ternuraMinha ousadiaminha aventuraMinha coragem de correr contra a ternura"

Ai Pai....

Pai... Que saudades.23/12/2008 02:02


Meu querido Pai.Tá quase a fazer um ano que te apagaste, que te deixaste ir. Já fez um ano, há umas horas atrás, que te vi pela última vez, ainda deste lado mas já a caminho desse... Sereno, tranquilo, feliz, por teres os teus dois filhos de cada lado.O homem-força, o homem-tudo consegue, o homem que morria como uma árvore, de pé, não conseguiu... Oh Pai, mas é mesmo assim. A vida prega-nos estas partidas. Injustas, é verdade, mas é assim mesmo. Foi muito difícil, ver-te, anteontem, há um ano. Foi dos momentos mais dolorosos para mim. A quereres viver e o corpo não te deixar. A gritares com o olhar para te tirarmos dali, que não era o teu lugar. Mas já não havia nada a fazer. A vida é tão cruel. Pai. Hoje, ou melhor, ontem, dia 22, à tarde, já estavas na tua viagem, sem dor. E foi isso que nós quizemos, eu e o Rui. Mas depois de te ir ver na 5ª, não consegui ir ter contigo na 6ª (dia 21). Desculpa por não ter tido a tua força. Tu estarias lá sempre se fosse ao contrário. Foi um dia tão difícil para mim, Pai. Acredita. A dor era tão grande, tão intensa, tão dura. Mas desculpa.Se bem que no sábado, horas antes de partires de vez, estivemos lá. E já estavas de viagem. Que saudades, Pai. Eu sei que me viste naquele momento, sentiste-nos, e sentiste a nossa dor, o nosso não. Não devias ter ido, Pai. Tinhas tanto ainda para me ensinar. Preciso ainda tanto de ti, Papá. Todos os dias. Da tua força, do teu abraço, da tua voz, do teu conselho. de ti, Pai.Mas assim teve que ser. Por mais injusto que tivesse que ser, foste. Não sabias estar sem a Mâe. Eu sei e é uma das certezas em que mais acredito. Porque apesar de tudo, fui criada com o vosso amor.Mas sinto tanto a vossa falta. De ti, Paizorro. Eras e será sempre o melhor Pai do mundo. Eu era a tua princesinha, a tua menina, a tua Joquinhas. Sinto falta da tua voz. Do teu ensinamento. Da tua palavra sábia. Da tua silenciada necessidade de ajuda. De colo, de apoio. De força. Porque a tua era a minha. Era a nossa. E a minha era a tua e nossa. Sem ti, sem a Mãe, sinto-me sem norte. Sem sul, sem nada. Apenas as lembranças. De tanta coisa. De tudo. Em cada coisa, vos vejo. Vos sinto. Quando, já doente, me dizias aí em casa e ao telefone que estavas bem... Só para me descansar. Que tonto, Pai. eu estava aqui sempre, sempre estive. Para o que desse e viesse. Tu sabe-lo tão bem quanto eu.E nunca te sintas como te sentiste naquela tarde em que fui eu a levar a Mãe para o hospital (infelizmente para não a trazer). Tu a chorares na varanda, em esforço com as canadianas, e eu a pedir-te para - como sempre - te aguentares, porque eu não me aguentava sem ti. Foste sempre a árvore, o pilar. A minha força. Tudo, Pai.Desculpa ter saído de casa, para vir para a minha, mas tinha que ser. Não sei bem para quê... Mas tinha de ser. E tu sofreste mais ainda por isso. Embora eu saiba que não me guardas qualquer rancor, desculpa, Paizinho.E quando uma semana antes de partires, chamas por mim e eu estou à tua frente e só depois de um clic é que percebes que sou mesmo eu. Querias a tua neta... (quem sabe um dia, Pai, para ti, de mim ou do Rui). E percebes finalmente, saindo do teu mundo da Alice (no país das maravilhas), que a tua/nossa Mami tinha morrido... O teu choro de criança, Pai, abraçado a mim... Era um amor tão lindo, Pai. Mas agora estão juntos. Finalmente em paz. Um com o outro.E agradeço muito por ter tido uns Pais como vocês. Que me fizeram assim, melhor ou pior, isso agora não interessa. Mas sei que fui e serei um orgulho para vós. Pelo menos, espero que sim.A lua, Pai. A tua e a da Mãe. Neste dia, nesta noite. Estão literalmente gravadas em mim. Mesmo que não fosse em tatuagem, estariam cá dentro. Como estão.As saudades é que não passam. Passou um ano, mas não passou nada. Nada. A cada dia, faltam-me. E tanto, tanto. Nunca pensei que doesse tanto esta ausência, esta solidão. Apesar do Rui, dos teus sobrinhos - que vos adoram - dos meus amigos, que hoje são família. Apesar de tudo. O meu amor por ti e pela Mãe é inatingível. Imensurável. Mas saber que estão bem, pelo menos melhor, é uma aspirina nesta dor.Ai Pai, há coisas que me lembro quase hora a hora. Outras simplesmente porque aconteceram. Com tanto amor.Sinto-me tão desamparada sem ti. Mas tento sentir que estás aí. Com a mesma força de sempre. Com o mesmo orgulho pela tua menina. Mas às vezes é difícil...Mas sei que, como ouvi no outro dia na televisão, não estão a olhar para mim, mas a olhar por mim. Disso tenho a certeza. Absoluta.Por isso é que te estou a escrever, porque sei que tás aí a ler."Vou roubar o fogo ao sol..." Vou-te roubar o fogo a ti, Pai. Sem vocês é complicado ser a João. A vossa João. A João. Mas tento. Todos os dias. E tentarei. Promessa de filha. Com a vossa ajuda. Que vos tenha aí sempre, ao alto, a olhar por mim. Estarão sempre perto de mim. Todos os dias. Um ano, Pai. E ainda falta tanto...

8 de Dezembro de 2008

O 1º dia da Mãe - à séria08/12/2008 02:34


Porque o último já foi sem ti. Mas estava tudo tão fresco, nada estava assente.Porque o teu dia, Mãe, continua a ser este, o 8 de Dezembro. Como era há uns anos e tu assim quizeste que permanecesse. O dia de Nª Sraª da Conceição. Não havia cá primeiros domingos de Maio.Era hoje. E no ano passado, não deixei de te levar umas florinhas... Estava com o Pai, no hospital, mas disse-lhe que tinha que te ir ver e dar um beijinho. E comprei flores à porta do hospital. E levei-tas. Com um beijinho do Pai, claro.Mas como nessa altura estava ainda a pairar sobre tu teres ido, foi muito "soft", parecia nada de mais...Mas hoje, que já aí tás há mais de um ano, e eu já percebi... Desejo-te hoje um feliz dia da Mãe. Porque és a melhor Mãe do mundo inteiro. Já tenho cá as flores que te ia levar amanhã. Mas como as tenho (como tu tinhas) na jarrinha ao pé da tua fotografia, amanhã não vou ao cemitério. Espero que não te zangues comigo... Estás aqui comigo. Juntinha a mim. Sinto o teu calor, o teu afago, as tuas mãos. E as floes são mesmo para ti. Margaridas brancas, nada de especial, mas são para ti.Que pena não estares cá, em carne e osso, par te dar uma prendinha... E para o Pai te dar uma rosa. Mas ele tá aí ao pé de ti e ainda corre melhor...!A minha prenda, deste dia e de sempre, será sempre o meu amor. E o meu orgulho em ti. E a felicidade de ser tua filha. Tenho saudades, Mãe. Temos saudades. Muitas. Mas daí onde estás, nesse paraíso que só tu mereces, estás connosco. Nos nossos corações, nas nossas almas, nos nossos caminhos.Agora estás aqui ao meu lado. Tenho pena de não te poder agarrar essas mãos que eram tudo para mim, esse toque, esse frio, essa ternura. Mas lembro-me. E isso já é bom.Queria ter-te outra vez. Neste dia. Em todos.Um beijinho muito grande. Um abraço daqueles dos nossos. Ter a tua gargalhada, o teu sorriso.Um dia feliz, Mamã. E nunca te esqueças que te amo mais que outra coisa qualquer. És a melhor Mãe do mundo inteirinho. A minha Mãe. A nossa.Manda um beijinho muito grande e muitas, muitas saudades ao ciumento do meu Pai, diz-lhe que o adoro, que o amo, e tudo e tudo.Obrigada, Mamã. E Papá.

Mais Zé... até porque foram mais de 10 anos e neste dia.....

Um ano atrás e só porque27/11/2008 01:56

Apenas porque não vais ler isto.E apenas porque não te tenho qualquer mau sentimento.E porque foste importante para mim, durante sempre, e também à 365 dias. E neste dia, à um ano atrás, era assim que o sentia. Agora já passou, como tudo passa.Foi pena. Mas desejo-te o melhor o mundo. Como eu vou ter um dia."Sei de cor cada lugar teu
atado em mim, a cada lugar meutento entender o rumo que a vida nos faz tomartento esquecer a mágoaguardar só o que é bom de guardarPensa em mim, protege o que eu te doueu penso em ti e dou-te o que de melhor eu sousem ter defesas que me façam falharnesse lugar mais dentroonde só chega quem não tem medode náufragarFica em mim que hoje o tempo dóicomo se arrancassem tudo o que já foie até o que virá e até o eu que sonheidiz-me que vais guardar e abraçartudo o que eu te deiMesmo que a vida mude os nossos sentidose o mundo nos leve pra longe de nóse que um dia o tempo pareça perdidoe tudo se desfaça num gesto sóEu vou guardarcada lugar teuancorado em cada lugar meue hoje apenas isso me faz acreditarque eu vou chegar contigoonde só chega quem não tem medo de náufragar"

O primeiro aniversário... ;(

O primeiro aniversário27/11/2008 00:00
É irónico chamá-lo de aniversário, mas é isso mesmo. Um ano, Mãe, precisamente um ano passou, desde que decidiste partir.Foi um dia complicado, ainda me ligaste antes de ir almoçar connvosco, para eu ir um bocadinho mais cedo, porque "temos de falar, filha". E eu fui a correr. Como sempre ia, a qualquer "ai" teu ou do Pai (e eram tantos...). E cheguei, 5 minutos depois, a tremer e com o coração a bater tão depressa, como também sempre acontecia. Mas tu já não me quiseste dizer mais nada. Desculpa por não ter chegado a tempo. Mas nunca pensei que o que me querias dizer era o adeus, Mãe, nunca, nunca o sequer imaginei.Vivi anos, pelo menos aqueles que me lembro de já ser gente, e foram muitos, com o medo constante de te perder. Todos os dias, Todas as horas, a cada barulho, a cada sussurro, a cada silêncio. A cada minuto pedia para que nada te acontecer de mal. E ainda assim não percebi, Mãe. Eu, que te conhecia "de ouvido", melhor que a mim mesma talvez, não fui capaz de perceber que estavas de partida. E dizias-me tu, 2 dias antes, sentada no sofá a ver-me a fazer a árvore de natal (nesse ano tão cedo porque o pai lá achou que assim deveria ser e mais uma vez, tinha razão...) "ai filha, já viste como é que vai ser este Natal?" E eu não percebi. O meu forçado e já viciado optimismo se calhar não deixou.Aquela angústia e aflição do Pai, quando ficou na varanda, e eu te levei ao hospital, ainda me custa sequer lembrar. Acontecia naquele momento o desabamento de tudo e eu não percebi. E nunca pensei, Mãe, juro que não, que te ia perder para sempre. Acreditava que quando saía do hospital, no dia seguinte te ia ver. Mal, disso tinha a certeza, mas ia-te ver, Mãe.Eu sei que tiveste o teu outro mais-que-tudo ao teu lado. E isso valeu ouro para ti. Porque quando ainda antes de seres atendida, te disse que "o Rui vem aí, Mãe", entre os teus devaneios, abriste muito os olhos e sorriste. Por isso eu sei que foste feliz. Se calhar quiseste, como o Rui, poupar-me uma noite.Mas espero que me perdoes por não ter lá estado até ao fim. Até ao teu fim. Nunca mais te vou ouvir rir, Mãe. Nem chorar, nem nada. E amanhã de manhã vou me lembrar do desespero, do espanto, da dor, de tudo ter desmoronado à minha volta, de deixar de ouvir, de ver, de chegar com os pés à terra, de tudo ter ruido à minha volta, quando a médica disse que já não te tinha. Foi um dos dois momentos mais cruéis da minha vida. O outro foi ver o Pai antes da partida, mas isso fica para o mês que vem...Eras tudo para mim, Mãe. As tuas dores, as minhas. As tuas alegrias, as minhas.Sei que continuo a ser a tua filha, com o mesmo amor de sempre, nos bons e nos maus momentos. Mas espero que me perdoes, eu tinha que ter estado lá.Sei que foste em paz, partiste por altruísmo - como sempre genuinamente sempre o foste. É o que eu sinto. Mas um ano passou e ainda não consigo imaginar a minha vida sem ti, e sem o Pai. Por mais estupido e incoerente que seja. Mas é isso mesmo.Continuas a ser a Mãe mais linda do mundo, a melhor. Ainda bem que tantas vezes te disse isto! E do quanto eras importante para mim e do quanto te amava. E ano. E vou amar. Por tudo.Por me ajudares daí, desse teu paraíso. Obrigada Mãe. Sem a vossa ajuda, força, amparo, alento, não vou a lado nenhum. E mais uma vez, obrigada pelo irmão que me deram. Ele é agora a minha luz, cá em baixo. Só por isso, vocês devem estar tão felizes!Mas quero que não te preocupes comigo, só quer que me continues a ajudar. Eu sei que a minha vida vai "começar" ou continuar num caminho feliz, tranquilo, sereno, e em paz. Com a vossa ajuda.O pior disto tudo, acredita, é mesmo verdade, é a falta que sinto tua, do Pai. As saudades. A ausência. O silêncio. O vazio.De resto, Mami, tou bem. Com vocês a torcerem por mim, eu chego lá.Obrigada por teres sido e seres a melhor Mãe do mundo. Obrigada.Um ano, caramba. Dói como se tivesse sido ontem. Mas alguém me disse num dia destes que era bonito ter saudades. E é verdade. O pior é quando queimam por dentro. Desculpa não ter ido hoje ao cemitério. Não fui capaz. Não tive coragem, desculpa. Talvez amanhã ou no sábado. Mas tu sabes que passei o dia a pensar em ti. E não vou parar.Saudades, Mamã, tantas, tantas. Conforta-me pensar que estejas em paz, que eu sei que estás. Se estiveres bem, eu também estou, Mãe. Disse-to em vida e digo-to agora.Para sempre vou amar-te com esta força toda. E com esta dor. E com este orgulho. De ti e de ser tua filha.Beijinhos, Mamã. E diz ao Pai que também o amo muito.

O meu "Pão-Por-Deus".... na altura usava-se...... quando era miúda....

O meu 'Pão-Por-Deus'... Para vocês.01/11/2008 00:16
Amanhã, dizem, que é o vosso dia - o dia dos mortos. Para mim, quanto muito seria o dia dos Santos.Fica aqui a minha saudade, o meu carinho, o meu amor eterno. Não por palavras minhas, mas serve, pelo menos para mim, porque são as palavras que sinto neste momento."É isso aí.Como a gente achou que ia serA vida tão simples é boaQuase sempre.É isso aí.Os passos vão pelas ruas.Ninguém reparou na lua.A vida sempre continua.Eu não sei parar de te olhar Eu não sei parar de te olharNão vou parar de te olharEu não me canso de olharNão sei parar de te olharÉ isso aíHá quem acredita em milagresHá quem cometa maldadesHá quem não saiba dizer a verdadeÉ isso aíUm vendedor de floresEnsina seus filhosA escolher seus amoresEu não sei parar de te olharNão sei parar de te olharNão vou parar de te olharEu não me canso de olharNão vou parar de te olhar"Para que saibam, lembro-me como se fosse ontem do último 1 de Novembro, ainda com vocês.Um beijinho da vossa filha.Amo-vos.

E quando estou fraquinha, é no que dá...

Desabafos...22/10/2008 22:34

Passaram apenas dias. É o que me parece. Mas não. Dez meses, Pai.Só aqui vim para vos dizer que continuo a sentir muito, muito, a vossa falta. E a saudade aperta a cada dia. Todos os dias. E que há um ano atrás era tudo tão diferente.A minha vida mudou tanto, é incrível.Isto é mesmo um desabafo. Apenas para escrever umas palavras, apenas para deixar escrito o meu estado de alma, como diz o Rui. E apeteceu-me vir aqui. Falar com vocês. Sei lá porquê. Porque tou fraquinha hoje, talvez. Porque fiquei sem bateria, sem pilhas, a corrente faltou, sei lá.Tou fraquinha, hoje. Pequenina. Chorona, claro. Desiludida. Sem ânimo. Sem forças. E tenho medo. Medo de não me conseguir erguer de novo. Medo de continuar a ser alvo das 'maldades' que a vida me faz. Medo de mais berlaitadas. Medo do amanhã. Medo de não conseguir ser alguém. De seguir em frente. De ser feliz.Vocês, que são os que mais na vida me amam, torçam por mim. Torçam para que tudo me corra bem. Torçam para que consiga ser o vosso orgulho. O meu orgulho. Nada de mais, apenas conseguir ser gente, como toda a gente. Ter lugar ao sol. Que ele nasça e brilhe também para mim.Por isso vos peço. Olhem por mim. Torçam por mim. Como se estivessem aqui ao lado. Por favor. Tou mesmo a precisar de uma ajudinha. Da vossa.Um beijo, Mamã. Um beijo, Papá.A vossa menina, embora fraquinha hoje, com um amor tão grande por vocês. Sempre.

Esta é sem Pais.... É mais da relação que não tinha princípio....

Desilusões09/10/2008 21:11

As ilusões são boas de se ter... é como os sonhos.Mas hoje apanhei mais uma "berlaitada". E das grandes. E é o fim da ilusão, afinal. Se calhar, a culpada sou mesmo só eu. Se calhar, sou fraquinha...E sinto uma pena enorme. Uma angústia tão grande. Acho que pela primeira vez na minha vida, me pergunto a sério, o que fui eu nestes 33 anos. O que fiz cá. Para que servi? Do que valeu? As desilusões são do piorio. Ao ponto de me fazerem perguntar estas coisas. Ao ponto de me fazerem questionar o que foram estes anos todos. E para que serviram. E o que fui. E o que é que tenho agora? Apenas nada, apenas eu. E um eu pisado, "amarfanhado", dobrado e rasgado em bocadinhos.Bolas, não chegava o que chegou??? Mais ainda??? E sei que não mereço. Mesmo, não mereço. Deve ser mesmo culpa minha, embora não saiba o que fiz mal.E o que fiz de mal a alguém para merecer esta "porrada". O que me lixa nisto tudo é que me tenho aguentado tão bem. Com coisas tão mais dificeis que esta. E agora não tou a conseguir. Foi um murro no estômago tão grande que ainda nem percebi bem. E nunca irei perceber o porquê.Porquê? Que mal te fiz?? O ódio não aparace assim, do nada. E a piada é que achava que um dia ainda iamos ser amigos. E esta Maria João não te queria mal nenhum. E continua a não querer.O que não mata, endurece, não é? Diz que sim. Mas juro que esta tá dificil. Obrigadinha. Obrigadinha mais uma vez.Espero que sejas muito feliz. Com a tua televisão e as tuas cadeiras e a tua mesa e o resto que agora não te lembras.Espero também que nunca venhas mesmo a precisar de alguém. Que te safes sozinho. Porque se tens o azar de precisar de um amigo ou de um alguém qualquer, aí vais ver que a dor dói. Dói mesmo. Deus queira que a vida sempre te corra bem. E te ensine a ser melhor pessoa, sobretudo com quem está ao teu lado. Para sempre te estarei grata, muito grata mesmo, pela ajuda e apoio que deste com e para os meus Pais. Eles gostavam muito de ti. Eu também. E foi uma pena. Estragaste tudo hoje. Arrasaste-me, E tu sabes como isso é dificil.Assim o quiseste, assim o terás. Que nunca te venhas a arrepender, porque, lá está, poderá doer. Sim, mesmo até a ti.Mais uma vez obrigada. Pelas felicidades que me desejaste em setembro e pelas felicidades que me desejas agora.Espero, sinceramente, que esse ódio não te faça pior pessoa. Que seja só comigo. E que um dia passe. Porque se não, vais ser um ser humano muito, muito triste. De dar dó.Nunca irás ler isto. Tenho quase a certeza. Mas quem sabe um dia.Mesmo tu achando que não precisas de nada nem de ninguém, espero que Deus ou quem quer que seja te ajude quando for preciso. Porque afinal precisas mesmo. Obrigada e desculpa os ultimos quase 11 anos. Se te fiz mal, não sei que mal foi. Mas não te consigo ter ódio, mesmo hoje. Porque não me arrependo do amor que te tive. Nem nunca me arrependerei.O fim da ilusão. Ou o principio da desilusão. Vou tentar, mais uma vez (já tou pró nestas coisas), com tudo isto, ficar mais forte e seguir em frente. Embora esteja crente que desta vez, vai ser muito dificil.Que me ajudem os meus Pais.

Tá quase a fazer um ano

O segundo sem eles....


33 - 12.Set.200812/09/2008 00:59
Cá estou, cheguei à idade de Jesus Cristo.Inteirinha. Com algumas mazelas, mas inteirinha. Faz parte da vida. É assim mesmo.Hoje alguém me dizia "33.... tens uma vida pela frente...!" Tem piada, há um ano atrás achava que a vida que tinha pela frente ia ser tão diferente da que tenho diante de mim. Mas lá está, faz parte da vida.Exactamente há um ano atrás, eu tinha tanta coisa... Não que não tenha nada agora, pelo contrário, mas mudou tudo... tudo.E hoje, principalmente hoje, faz-me falta tudo aquilo que perdi. Faz-me falta o carinho, o mimo, a festinha, o abraço, aquelas mãos, aquele sorriso, aquele orgulho, aquela alegria, aquela ternura. Tudo aquilo que me fazia sentir uma princesinha. Sei que sou a princesinha na mesma, mas sem vos ter cá, é muito difícil senti-lo.Porque é que ainda não é real? Porque é que acho que ainda me vão ligar? Porque é que acho que vou ter hoje um abraço vosso? Porquê?????Queria ter-vos tanto hoje. Tanto. E dói tanto. Mais uma vez, obrigada pelo irmão que me deram. É absolutamente incrível. O meu dia vai ser cheio de amigos - que são agora família - e vai correr bem. Não, não vai nada correr bem. Vai ser um faz-de-conta de bem. Porque vocês deviam cá estar. E não estão. A vossa falta é tamanha que nada a esconde. Mas pronto, vamos lá ao racional, porque a vida é assim mesmo. Obrigada por me terem feito, por terem construído a pessoa que sou hoje. A vocês, tudo devo. E a vocês, sempre amarei. E sempre terei estas saudades que queimam, que doem tanto.Que este ano seja o que mais desejarem para mim. Porque, com certeza, é o melhor para mim.Não queria ter esta tristeza hoje, não queria chorar, mas não consigo deixar de vos querer. Aqui, ao pé de mim.Amanhâ de manhã vou ter com vocês. Obrigada por serem os meus Pais. Por serem os melhores do mundo.E por me ajudarem, sempre.No meu coração, irá haver senpre este amor e esta saudade. Obrigada. Amo-vos. Muito.

E o do Pai, claro...

E o primeiro 28 de Julho, sem ti. Parabéns, Papá.28/07/2008 14:48
"Ai as saudades que irás ter do teu velho Pai", dizias tu tantas vezes. E tinhas razão, mais uma vez.Sei que tiveste a melhor prenda que podias esperar - o Marcelo. A luz dos teus magoados olhos. E claro, os teus 2 filhos, juntinhos, ao pé de ti. Como disse à Mãe, isto das saudades é muito egoísta, mas não se pode evitar. Eu não consigo.A menina do Papá sente tanto a tua falta. A tua força. O teu poder. As tuas mãos. A tua protecção. O teu conselho. O teu saber. A tua voz.Quase tudo perdura, quase tudo permanece. Em mim, no Rui, em coisas simples, em momentos às vezes tão banais.Mas sei que já não tens esse nó no peito. Essa angústia, esse aperto, essa dor tão tua, que afinal eu também sentia. E isso de alguma forma, empurra-me e faz-me continuar, como se fosse um alento que só tu sabias dar, às vezes sem teres sequer força para ti próprio, mas sempre, sempre de pé.Amo-te muito. E tenho muita pena de teres ido. Mas foste para junto dela, da nossa Mami. Que tenhas um dia muito feliz. Parabéns, Papá.Beijinhos da tua menina, da tua Joquinhas.Beijinhos à Mamã.

O primeiro aniversário da minha Mami, já lá em cima

O primeiro 23 de Julho - Parabéns, Mamã23/07/2008 00:40
Já te cantei os parabéns. Com uma vontade enorme de te ligar, como costumava fazer, logo à meia-noite, para ouvir a tua voz, ouvir o teu sorriso, ouvir as tuas palavras meigas, doces e ternas. Mas este ano foi assim. E todos os outros vão ser iguais.Eu sei que estás melhor no sítio para onde foste. Tenho a certeza disso. Mas as saudades tornam-me tão egoísta. Queria tanto ter-te. Bem ou mal, feliz ou não, mas perto de mim, sempre perto de mim. Tenho muitas saudades e a cada dia que passa não melhora. Mas por ti e pelo Pai, esta falta fortalece-me. Racionalmente, claro. Vá-se lá saber porquê. Emocionalmente, às vezes é muito complicado. Como deves calcular. Mas sei que foste para não te magoares mais, para mais ninguém se magoar mais. E isso faz de ti mais daquilo que já eras. Faz de ti a minha Mãe, a coisa mais linda que em toda a minha vida me lembrarei, a mão gentil, suave, terna, doce, que jamais irei sentir, carne na carne. Sinto, claro que te sinto, mas às vezes só assim não chega.Mas tem que chegar. E faço das tripas coração (como tu própria o escreveste um dia, por motivos que já cá não estão) para enfrentar a tua ausência, a tua falta, o teu silêncio.Tento, todos os dias, em todos os momentos em que precisava de te ter, lembrar-me apenas que me fazes feliz. E que te faço feliz. Pena não ser cara a cara. Mas é algo que de facto acontece. Eu sei que estás aí a ler isto, eu sei que sentes tudo o que me vai na alma. Eu sinto-te tão perto. E sinto a tua ajuda. Mas a minha mão não chega à tua, não te toco. E sinto tanto a tua falta.Amanhã de manhã levo-te a prenda. Simbólica, claro. Mas sei que vais gostar.Já te disse que o teu/meu gatxu tem muitas saudades tuas? Já deves saber, mas tem, muitas. Mas eu dou-lhe miminhos. E peixinho, sim, fica descansada.Penso que estarás triste por algumas razões, também pela última, mas não fiques. Acredita que será melhor para mim. E tu sabe-lo melhor que ninguém - não faço mais das tripas coração. Assunto encerrado.Para quem me vê da plateia, isto é tudo fogo de vista, ou tenho muita "força anímica". Mas tu sabes o que é. És tu, é o Pai, é o Rui, são os teus netos. Mas queria não fraquejar, o que por vezes acontece. O que por um lado é bom, porque não sou de ferro e sou humana como toda a gente.
Mas não te aflijas. Pelo contrário. Deixa-me continuar a sentir-te. A ter-te, mesmo que ao longe. Mostra-te como te tens mostrado. A tua força é inacreditável, tu sabes e eu sei disso.
Continua a seguir-me. A ajudar-me. A iluminar-me. A ser a minha querida Mãe. Juntinho a mim. Sentir o teu calor.
Parabéns, Mamã. E amo-te muito. Que sejas muito feliz, onde quer que estejas. Se o fores, eu serei.Manda um beijinho ao Pai.

Esta doeu bués......

A Páscoa...24/03/2008 02:58
A Páscoa até agora era tão banal...Era o folar, feito pela Mãe, nos últimos anos já com a minha ajuda.Mas esta Páscoa foi tão diferente. Primeiro, porque fez ontem 3 meses e um dia que vi o meu Pai pela última vez. E parece que foi mesmo ontem. Mais uma vez digo - o tempo não cura nada. As saudades aumentam e eles nunca mais ligam... Nem aparecem...Segundo, porque em vida lhes prometi que manteria a tradição do folar. Mas falar é tão fácil... A muito, mesmo muito custo, lá o fiz. E o que senti foi um misto de alegria e de dor. A alegria porque sei que ficaram orgulhosos de mim. A dor porque foi mais um bocadinho de evidência de que eles já cá não estão mesmo.Na próxima 3ª feira, faz 120 dia que não vejo a minhã Mãe. E faz 120 dias que a deixei e não me despedi dela. Desculpa Mãe, se eu soubesse que nunca mais te ia ver, não te deixava. Pelo menos não te deixava morrer sozinha. Mas sabes que te amo e sempre amarei. Da mesma forma e com a mesma força. Ai, as saudades que eu tenho tuas, Mãe. Mas enfim, eu sei que partiste porque decidiste ser assim. E estás melhor aí, eu sei. Mas fazes-me falta, entendes?Passou nesta semana um dia dificil, o dia do Pai. O primeiro sem ti.Gostaste da minha prenda, Paizinho? Desculpa ter chorado, mas fiquei tão triste por não estares cá. Talvez para o ano eu não chore, mas não prometo.Tenho tantas saudades vossas. A falta que me fazem é inimaginável. Talvez só o Rui a entenda, porque a sente também. E o vazio. A escuridão. A inexistência. A dor que teima em queimar a pela, por mais que a esconda com as minhas "loucuras". Com a minha força herdada de ti, Pai e com a tua ternura, Mãe. Três e quase quatro meses passaram. Mas não passaram. Perduram. Pairam. Por mais certo que seja que partiram, espero sempre por vocês. E acho que esta dor nunca vai passar.Não vos posso pedir para voltarem. Peço-vos que me amem. E que não fiquem tristes quando eu chorar. Só o faço porque vos amo. Muito. Sempre. Para sempre.Continuem a ensinar-me, a dar-me mais de vocês, aí, de onde estiverem. E obrigada pelo irmão que me deram - é a minha força.Olhem por nós. Como sempre olharam, vocês, os melhores Pais do mundo.

Uma delas....

Três meses27/02/2008 00:08

Faz exactamente hoje 3 meses que a minha Mãe partiu. Têm-me dito que o tempo cura tudo. Mentira, não cura nada. Pelo contrário. Dói cada vez mais. Porque a saudade aumenta e o "nunca mais" vai-se tornando cada vez mais real.Mas a vida tem que continuar. E continuou. Foi pena foi o meu Pai não ter também continuado. Daqui a três dias, faz dois meses que também partiu. Para junto dela, muito provavelmente.A falta que me fazem é indescritivel, como alguns podem imaginar.A sensação de vazio, de perda, de escuro, de total falta de esperança para o dia de amanhã, queimam-me dia-a-dia.E pensar que me zanguei tanta vez com coisas tão pequeninas, que fiquei triste com pessoas ou situações tão vulgares... De facto, não há nada como isto. Não há nada que doa mais. Nada mesmo.Só me resta continuar, não é?E continuarei. Porque quero estar certa que eles não me abandonaram. Não me deixaram, não partiram. Apenas estão longe. Mas estão tão longe... Que não os consigo ver. Nem ouvir.E aí chega o 'nunca mais'. Custa tanto a acreditar. "Nunca digas nunca". É nunca mesmo. É nunca mais.Que estejam bem onde estiverem e que olhem por mim, pelo Rui e pelos meus queridos sobrinhos. É só isso que peço.Que vos amo. Para sempre amarei. E nunca conseguirei ser feliz sem vocês.Mãe, a tua ternura, a tua doçura, a tua gargalhada.Pai, a tua força, o teu saber, a tua protecção.Ai, doi tanto.E já não adianta nada pedir-vos para ficarem. Já ninguém mos traz de volta.Prometo ser boa filha, como acho que s

Eu explico....

Sou uma gaiiija normal.... mas perdi os mais Pais em 2o e poucos dias.
Estas estrada são do hi5, que alguém me persuadiu a por aqui.
Por isso pelo desculpa, mas tenho que explicitar tudo aquilo que vai para trás. Daí as entradas estranhas e já antigas. Mas vai ter de ser.

E quando se foi o Pai...

Em Dezembro de 2008, vinte e poucos dias depois da Mami...

Também pela mão do Super-Mano26/02/2008 23:44


Também pela mão do Super-Mano.

Hora de partir II

Rugas na alma, como os carreiros que a chuva abriuHoras caladas em silencio, prosas sem escritaPai…Ser forte para sentir a saudadeSer forte sem nunca esquecerDeixar para trás os lamentos magoadosVida eterna, marcados a traço de pincel, numa aguarela vaziaSer forte e deixar correr as lágrimasEscondidas num choro baixinho, murmurando o quanto gosto de tiSer forte e deixar correr as lágrimasSaltando e gritando, sorrindo toda a alegriaCarregando a tua ausência, presença no meu peito, no teu abraço Momentos, lembranças, estórias,Sorrisos, choros…Lembro-me do teu sorriso, do teu ar, do teu olharDa tua barbaDo teu falar, do teu último sorriso Ser forte e ter a tua arteSer forte e não chorarSer forte e olhar o por do solFechar os olhos e lembrar Foste tu que ensinaste Ser forte e sonharSer forte e voar Descansa e olha por nós,Dá um beijo nosso, à mãe.

Para me irem ler... e descobrir que sou maluca....

Perto da morte do meu Pai e um mês e pouco da morte da mnha Mãe...

Pela mão do Mano27/12/2007 00:09

É mesmo do meu querido irmão, mas a dor é a mesma, a perda da nossa querida Mãe.


Hora de partir
Mãe...Pavio apagado… A luz, que na tarde de Outono, fria e recém confortada...Cheira a terra molhada, a chuva fresca, ao frio.A luz, que não sabe o que é ter pressa, prefere o compasso lento, e só quando vais, se cala em silêncio. Sufoca. A luz, a que dança contigo, que te confunde, ciumenta quando te toco. Trémula. Na sombra ténue da vida que divide. Curiosa.A luz, que queima os campos do teu rosto, searas que ardem, na tua vista,com o roçar da tua pele. Que espera, em alento, frente à tua nudez, frente ao teu respirar. Acalma.Que se inclina ante o teu corpo, com olhar discreto, que se cala, quando gritas os teus sentidos. Quentes.A luz, ardente que derrete a cera, como a ti, em pérolas que afogam socorros de querer sentir-se apagada.A luz, testemunha que sempre acendes, animada pelo teu gesto. Doce.Cala-se na tua partida, viva na tua chegada. Difícil caminhada.Entrega silenciosa, doce e repousada. Alegre.Mãos atropeladas, olhos fechados e um querer. Um querer forte. Sabes a hora de partir. A luz. Momento de vida detido em um instante.Num piscar de olhos, molhados.A luz. Que te ilumine! Toda a vida! Sempre!

A pedido de poucas famílias. cá estou.

É estranho, mas é escrever.
Sou quem gosta de escrever. E a quem isso me faz bem.
Só por isso. E porque um gajo me desafiou. "Mexe esse cu" - desculpem a brejeirice....
Mas vai acontecer muito por aqui.
Porque escrevo com a alma.
Este foi o primeiro estado de alma.
Aqui desenharei o meu passado, curto, mas bem desenhado, para quem perceba de riscos.
Tá prometido.